O
ministro do Esporte, Aldo Rebelo, fez nos últimos dois dias um giro por
diferentes órgãos de imprensa em Nova York com o intuito de sanar
dúvidas de jornalistas americanos sobre possíveis atrasos nas obras e
problemas de segurança na Copa do Mundo de 2014.
Em
encontros com jornalistas de veículos como The New York Times, The Wall
Street Journal, Huffington Post, Time, Fortune, Sports Illustrated e
agências de notícias, Rebelo reiterou que os prazos para a entrega dos
estádios serão cumpridos e que medidas para garantir a segurança do
evento esportivo estão sendo tomadas pelo governo brasileiro.
"Estamos
lutando para que os seis estádios remanescentes para a Copa do Mundo
(Porto Alegre, Curitiba, Cuiabá, São Paulo, Manaus e Natal) sejam
entregues até dezembro", afirmou Rebelo, em coletiva a jornalistas
brasileiros nesta quarta-feira, em Nova York.
"Pelo
nosso controle, todos estarão dentro do prazo", afirmou Rebelo, que
está na cidade para participar do 3º Fórum Internacional sobre o Esporte
para o Desenvolvimento e a Paz, que neste ano tem como um dos temas de
discussão a contribuição das atividades esportivas para alcançar os
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, definidos pela ONU em 2000.
A
"operação" montada pelo governo brasileiro em Nova York ocorre um ano
antes do início do Mundial -- e durante um momento em que vêm sendo
lançadas dúvidas sobre possíveis atrasos na entrega dos estádios que
abrigarão a competição.
No
mês passado, uma discussão pública entre o secretário-geral da Fifa,
Jerôme Valcke, e o Corinthians, causou preocupação sobre o término do
Itaquerão em São Paulo, onde está previsto o jogo de abertura da Copa.
Enquanto
a Fifa exigia o cumprimento do prazo para dezembro deste ano, o clube
alegava que tinha até fevereiro para entregar a obra.
Na
semana passada, os temores sobre a preparação do Brasil para a Copa
aumentaram ainda mais depois que a cobertura da Arena Fonte Nova, em
Salvador, cedeu devido a fortes chuvas que afetaram a capital baiana.
Já no Rio de Janeiro, uma liminar quase impediu a realização do amistoso entre Brasil e Inglaterra, realizado no último domingo.
Segundo
o ministro, a entrega de todos os estádios até dezembro deste ano
servirá para evitar problemas como os da semana passada.
"Os
estádios serão submetidos a eventos-teste, para colocar à prova a
funcionalidade, o manejo dos diversos serviços disponíveis", disse
Rebelo.
Questionado
sobre o motivo de o custo de algumas obras ter superado em vários
milhões o valor previsto nas licitações, o ministro disse que "há razões
distintas" para a diferença nos valores.
"Em
alguns casos, quando fez a licitação para o estádio, não fez junto para
as obras no entorno. Outras vezes, não fez para a cobertura", disse.
"Esses
estádios foram concebidos não apenas como um campo de futebol. São
arenas sofisticadas, destinadas às mais diversas atividades."
Elitização
O ministro também revelou o temor de que a sofisticação dos estádios contribua para a elitização do futebol.
"Temos
no Ministério do Esporte o receio de que haja uma elitização do
futebol. Não só por causa da Copa. Mas com os novos estádios", afirmou,
ao lembrar que os novos estádios não têm mais geral, com cadeiras em
todas as áreas, o que torna os ingressos mais caros
"E que isso termine tirando do futebol a presença do público mais popular que nós sempre tivemos."
Durante
seu tour pelos órgãos de imprensa americanos, Rebelo fez questão de
ressaltar que a Fifa concordou com a doação de 50 mil ingressos
gratuitos para a parcela da população que não poderia arcar com os
preços dos ingressos.
"Em
Manaus, por exemplo, no coração da Amazônia, não é possível olhar para a
arquibancada e não ver nenhum índio. Não pode uma coisa dessas", disse.
Segundo
Rebelo, a preocupação do governo agora é distribuir esses ingressos
gratuitos de forma a garantir que cheguem às pessoas de baixa renda a
quem são destinados.
"Pior do que não ter ingresso para o índio, é ter e o índio não aparecer. Estamos pensando em como fazer a distribuição."
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