A três dias da abertura da Copa das Confederações, o movimento no
comércio do Distrito Federal propiciado pelo evento é nulo. Brasília
será a sede do jogo de abertura do campeonato, neste sábado, mas
entidades representativas de taxistas, bares, restaurantes e hotéis
afirmam que é como se nada de especial estivesse ocorrendo.
Apesar disso, o governo do Distrito Federal estima que R$ 12,3
milhões serão injetados na economia local no dia do jogo, desde que 85%
da capacidade do estádio estejam preenchidos, o equivalente a 60 mil
pessoas. Restaurantes e taxistas também esperam lucro no sábado.
O setor hoteleiro é o mais pessimista. "Não há expectativa para
vinda turista internacional. O grande público é o viajante nacional,
mas quem vem de um raio de 500 km não fica em hotel, volta no mesmo
dia", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria de
Hotéis (ABIH), Enrico Fermi.
De acordo com dados da Fifa citados por Fermi, na Copa das
Confederações apenas 2,5% do público são de turistas internacionais. Já
os viajantes nacionais respondem por 30% do bolo. O restante, 67,5%,
correspondem a pessoas da própria cidade. "Esse é o perfil para todas
as cidades sedes, sem exceção."
Até ontem, restaurantes e taxistas também não perceberam incremento
nos negócios, embora esperem melhora no sábado. "A expectativa é que
aumente, mas não temos parâmetro de comparação porque nunca houve um
evento desse porte em Brasília", disse o presidente da Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes do DF (Abrasel-DF), Jaime Racena.
"Em tese, os turistas devem começar a chegar agora e vão querer
conhecer bares e restaurantes."
A presidente do Sindicato dos Permissionários de Táxis e Motoristas
Auxiliares do DF (Sinpetaxi-DF), Maria do Bonfim, se mantém otimista.
"A expectativa é que no dia do jogo tenha mais cliente."
Por enquanto, agitação mesmo só se vê na Esplanada dos Ministérios,
zona central de Brasília. Ali, de frente para o Congresso Nacional, o
governador Agnelo Queiroz (PT) organizará uma festa de dez horas para
celebrar o início do evento esportivo, a "Brasilia Joga Junto". A
celebração, que custará aos cofres públicos R$ 5 milhões, contará com
shows e até um cortejo de trios elétricos para conduzir até o local o
público que estará no estádio.
O local já recebeu, inclusive, os enfeites planejados. Todos os
postes que margeiam as duas avenidas contam com as letras que compõe
Brasil. Após a palavra completada vem a logomarca do evento e o slogan
"a pátria de chuteiras".
Além disso, o plano piloto (parte da cidade planejada por Lúcio
Costa composto pelas Asas Sul e Norte, assim como a parte central "do
avião") já conta com placas especiais para a Copa. Para criar e
instalar as sinalizações bilíngues foram gastos R$ 1,760 milhão.
Já o palco do jogo, o Estádio Nacional de Brasília deve custar R$
1,8 bilhão, dos quais R$ 1,2 já foram contratados. Os dados são do
Portal da Copa. Considerando a projeção de que cada dia de evento no
estádio é capaz de injetar R$ 12,3 milhões na economia local, serão
necessários 146 jogos com público de 60 mil pessoas para obter o
retorno do dinheiro investido na arena. A média de público do
campeonato candango foi de 556 pagantes em 2013.
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